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Financiamento Coletivo ajuda a tirar do papel projetos transformadores

Você já ouviu falar em “financiamento coletivo”? Apesar de estar relacionado a dinheiro, o termo não tem quase nada a ver com uma ida ao banco e o início de uma nova dívida. O crowdfunding, que no Brasil ganhou o nome de Financiamento Coletivo, é uma ferramenta que ajuda a reunir o apoio financeiro de pessoas que acreditam em um projeto ou produto. Se você está se perguntando o que isso tem a ver com sustentabilidade, logo vai entender que os dois andam juntinhos.

Existem inúmeras boas ideias com potencial para transformar comunidades, vidas e até serem extremamente rentáveis que estão espalhadas pelo mundo. O problema é que, na maior parte das vezes, elas continuam no papel por não terem verba suficiente para virarem realidade. A proposta do financiamento coletivo é apresentar esses projetos e usar a força de todas as pessoas que acreditam nele para coloca-lo em prática.

 

Parece difícil, mas não é. Existem muitas plataformas que permitem a exposição das ideias e produtos para a arrecadação. Nesses espaços, os projetos são apresentados, os criadores compartilham todos os detalhes de seu negócio e buscam apoiadores.


Um ponto interessante do crowdfunding e uma das características que mais o diferenciam de um financiamento comum é que ele envolve pessoas e não instituições financeiras. Os apoiadores podem colaborar com valores simbólicos ou com quantias grandes, de acordo com a sua possibilidade. Em contrapartida, os criadores não ficam presos aos empréstimos, no lugar disso, eles se comprometem, além da realização do próprio projeto, com as recompensas destinadas aos colaboradores como forma de agradecimento pelo investimento que foi feito.


O financiamento coletivo e a sustentabilidade


O crowdfunding e a sustentabilidade se encontram em muitos aspectos. A valorização das comunidades e o empoderamento econômico são dois exemplos. Mas, em cada projeto ela pode ser ainda mais presente. Se a ideia for um livro ou produto, por exemplo, é possível usar o financiamento coletivo como uma pré-venda do material. Com a verba arrecadada, a produção já tem a venda garantida, evitando excedentes que geram perda de dinheiro e de materiais.

Para projetos ambientais e sociais, acreditar na força das pessoas e não das instituições agrega valor e engajamento com as causas, o que aumenta o seu alcance, além de garantir independência dos interesses empresariais.


Em todo o mundo o financiamento coletivo tem sido o pontapé inicial para novos negócios, projetos sociais, desenvolvimento de novas tecnologias e até mesmo campanhas eleitorais, que trocaram os investimentos de grandes corporações por um modelo mais participativo e igualitário.


Neste modelo, você pode iniciar uma campanha e acionar toda a sua rede de contatos para contribuir, caso essas pessoas acreditem em sua ideia. No modelo tradicional da “vaquinha online”, quem doa o dinheiro recebe uma recompensa. Há também empresas que entregam como contrapartida o próprio produto que será produzido com aquele dinheiro, numa espécie de venda antecipada. E há ainda o modelo de equity crowfunding. Há pouco tempo no Brasil, essa modalidade permite que o investidor coloque dinheiro no negócio em troca de uma fatia da empresa. A vantagem do modelo para o empreendedor é que ele possibilita arrecadar uma quantidade maior de dinheiro. Já para os investidores, o ponto forte é poder ganhar com o sucesso do negócio no futuro.


Ficou interessado em usar o financiamento coletivo para alavancar a sua ideia? Conheça oito plataformas que podem te ajudar.


1. Catarse


Catarse foi a primeira plataforma de financiamento coletivo do Brasil e já financiou 3.300 ideias, com um total de 50 milhões de reais levantados desde 2011. No site há principalmente projetos culturais e também campanhas ligadas à área de ciência e tecnologia. A plataforma antes só aceitava campanhas no modelo “tudo ou nada”, mas agora também tem a possibilidade “flexível”, em que o usuário fica com o dinheiro levantado mesmo que não atinja a meta estabelecida. A taxa dessa plataforma é de 13% do valor arrecadado.


2. Kickante


Kickante é um dos maiores sites e crowdfunding do Brasil. A plataforma abriga desde campanhas de grandes ONGs como Greenpeace e Médicos Sem Fronteiras, até projetos artísticos pessoais. Há uma grande quantidade de projetos de empreendedores, dentre eles Bel Pesce (que teve a campanha mais bem sucedida do ano no Kickante até agora). Um modelo que tem feito sucesso nessa plataforma é o de empreendedores que arrecadam o dinheiro e colocam como recompensa o próprio produto. O jogo de tabuleiro Space Cantina, por exemplo, arrecadou 157 mil reais nessa modalidade. A plataforma aceita tanto campanhas do tipo “tudo ou nada”, em que você recebe o valor arrecadado apenas de atingir a meta estipulada, quanto campanhas no modelo “flexível”, em que você recebe o valor arrecadado, mesmo que não atinja a meta. Pelo modelo “tudo ou nada”, a plataforma fica com 12% do valor arrecadado. No outro modelo, o Kickante fica com uma fatia de 17,5%.

Uma informação importante é que a plataforma permite doações vindas de outras países, via PayPal.


3. Benfeitoria


Benfeitoria também surgiu em 2011 e está focada em financiar projetos que gerem “impacto cultural, social, econômico e ambiental”. A plataforma trabalha com alguns modelos de arrecadação. O primeiro é o tudo ou nada, ou seja, o dono do projeto só leva o dinheiro se atingir a meta estabelecida. Não há modelo flexível. Outra modalidade é o financiamento recorrente, que é feito a partir de colaborações mensais para o projeto, como uma assinatura.

A terceira modalidade é o “financiamento turbinado”, em que o projeto recebe uma espécie de ajuda extra, principalmente através de divulgação, para conseguir atingir o seu objetivo. A plataforma não cobra taxa dos projetos, apenas repassa os custos das transações financeiras, o que fica em torno de 4% do valor arrecadado. Porém, o dono do projeto é convidado a fazer uma contribuição voluntária para ajudar a manter o site.


4. juntos.com.vc


juntos.com.vc é uma plataforma de crowdfunding voltada especificamente para projetos sociais. Portanto, se você tem uma ideia de negócio social ou ONG, talvez possa contar com ela. A grande vantagem é que a plataforma não cobra taxa dos projetos – o realizador paga apenas a taxa referente à transação financeira. Aqui, os projetos passam por uma seleção da equipe do site antes de irem ao ar. O site tem diversas iniciativas focadas em direitos humanos, educação e desenvolvimento social. No ar há cerca de três anos, a plataforma já arrecadou mais de 6 milhões de reais em doações e apoiou quase 400 projetos.


5. Idea.me


Idea.me é uma plataforma de financiamento coletivo focada no mercado latino-americano. O site está presente em sete países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Estados Unidos e Uruguai. Assim como outras alternativas destacadas aqui, o site trabalha tanto com o modelo “tudo ou nada”, em que o usuário só fica com o dinheiro se atingir a meta, quanto com o modelo “flexível”, em que o usuário fica com o dinheiro mesmo se não arrecadar o total estipulado. O site, porém, faz uma seleção dos projetos. Ou seja, é preciso que a sua ideia seja aprovada pela equipe do Idea.me para ir ao ar. A plataforma cobra uma taxa de 10% em cima do valor arrecadado, fora impostos e a taxa referente às transações financeiras, que no Brasil é de 4,5%, via PayPal. Uma informação importante é que a plataforma permite que pessoas de outros países financiem o seu projeto, usando um cartão de crédito internacional. Um ponto negativo é que a tradução do site para o português não é das melhores, e algumas páginas só aparecem em espanhol.


6. Broota


Broota é uma plataforma de investimento coletivo que trabalha com o modelo de equity crowdfunding. Ou seja, ela é focada especificamente em ideias de negócios. Ao contrário do crowdfunding tradicional, em que a pessoa recebe brindes ou mesmo o produto como recompensa pelo capital aportado, no equity crowdfunding o investidor recebe, como contrapartida, uma participação acionária ou um título de dívida, que pode ser conversível em ações da empresa apoiada. A plataforma cobra uma taxa fixa de 3.500 reais do empreendedor que anuncia por lá. Porém, esse valor é reembolsado caso a campanha seja bem sucedida. O Broota cobra ainda uma taxa que varia de 2% e 9% da captação, e que é rateada entre os investidores. Há ainda uma taxa a ser paga caso haja lucro com a operação no período de 10 anos. Pelo Broota, o investimento mínimo possível é de mil reais e as metas de captação são da ordem dos 300 mil reais, com teto máximo de 2,4 milhões de reais.


7. Start Me Up


Start Me Up é outra plataforma de equity crowdfunding e tem funcionamento semelhante ao Broota. O foco neste site são negócios inovadores em busca de investimento. Pelo Start Me Up, não há valor mínimo para o investidor, ou seja, é possível receber valores como 10 reais. Já o valor máximo é de 2,4 milhões de reais, conforme estabelecido na legislação. O site cobra uma taxa de 13% em cima do valor captado, que deve ser paga pelo empreendedor. O investidor, por sua vez, banca a taxa da transferência financeira.


8. Eqseed


Assim como as duas anteriores, o Eqseed é uma plataforma de equity crowdfunding, com foco em startups brasileiras. Por ela, o investimento mínimo possível é de mil reais e, assim como nas anteriores, o teto é de 2,4 milhões de reais. O investidor se torna um credor da empresa que recebe o dinheiro, com a garantia de se tornar um acionista quando a empresa migrar para o sistema de Sociedade Anônima. A plataforma não cobra taxa inicial do investidor. Porém, caso ele consiga lucro com a transação no futuro, deverá pagar um valor ao Eqseed. Já o empreendedor deve pagar uma taxa de sucesso (de valor não divulgado), caso a empresa consiga captar o investimento. Se não conseguir a captação, o empreendedor não paga nada.


Fonte: Ciclo VivoExame


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