Em períodos de crise, curiosamente, o número de empresas criadas no Brasil aumenta. Isso ocorre pelo fato de que sem emprego muitas pessoas recorrem a um negócio próprio como alternativa para conseguir se sustentar. Embora muitos comecem e se mantenham na informalidade, há muitas pessoas que procuram os meios legais como forma de viabilizar o crescimento do negócio. É nessa hora que o empreendedor se pergunta: quanto custa abrir uma empresa no Brasil?
Não existe uma resposta exata para essa pergunta. Ter uma boa ideia de negócio é importante, mas ter dinheiro para arcar com os custos de abertura é fundamental.
Uma série de fatores precisa ser levada em consideração e até mesmo o custo de uma cidade para outra pode variar muito.
COLOCANDO OS CUSTOS NA PONTA DO LÁPIS
Todavia, mesmo com tais variações, podemos ter uma certa noção disso tudo se levarmos em consideração a lista de documentos necessária para exercer a sua atividade.
Além disso, é importante ressaltar que o tipo de negócio também impacta no valor. Via de regra, é mais fácil para um profissional liberal conseguir regularizar a sua documentação para trabalhar em um escritório do que para um empreendedor abrir um estabelecimento comercial ou industrial, por exemplo, uma vez que há muito mais exigências legais no segundo caso.
Porém, em linhas gerais, podemos listar cinco itens como sendo os mais importantes. São eles:Elaboração dos atos constitutivos, alteração e encerramento de sociedade ou inscrição;
- Enquadramento como ME ou EPP;
- Procedimentos em todos os órgãos (Junta Comercial, Receita Federal, Prefeitura, Estado, INSS, CEF e conselhos de classe);
- Emissão de certidões;
- Certificado Digital;
- Licenças necessárias;
VALORES VARIAM BASTANTE
O primeiro aspecto a se levar em consideração é o tipo de empresa que será aberta. Os custos são diferentes para uma Sociedade Limitada, para uma EIRELI (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada) ou para empresário. Isso sem levar em consideração o MEI (Micro Empreendedor Individual), cujo custo é mais baixo, e com limitações. Um profissional de contabilidade habilitado auxiliará nos cuidados da elaboração do contrato social.
É preciso ficar de olho também no regime tributário, ou seja, na maneira pela qual a empresa será tributada. No Brasil, existem quatro alternativas: o Lucro Real, o Lucro Presumido, o Lucro Arbitrado e o Simples Nacional. Com todas as informações necessárias, o profissional contábil avaliará a melhor forma de tributação, ou seja, aquela na qual se pagará menos imposto.
Se for possível enquadrar a sua empresa dentro do Simples Nacional, melhor, pois geralmente aqui a carga tributária é menor. Nesse caso, é preciso observar a lista de atividades complementares e respeitar o limite anual de faturamento de R$ 4,8 milhões.
Há que se pagar ainda diversas taxas, como por exemplo, um valor para protocolar o seu pedido na Junta Comercial do seu estado – que pode variar basicamente entre de R$ 50 e R$ 350 – e uma taxa de alvará para a prefeitura – que gira em torno de R$ 100 a R$ 750.
Os custos acima dizem respeito apenas aos aspectos legais e burocráticos de uma empresa, devendo-se levar em consideração ainda, honorários dos profissionais competentes para realização dos procedimentos citados. Além disso, existem outros custos que também podem ser importantes, dependendo da sua perspectiva.
Em alguns casos, pode ser interessante recorrer a um registro de marca, uma garantia de que terceiros não vão se aproveitar do seu trabalho criativo. Outros itens como cartões de visita, registro de um domínio, criação de um site, entre outros também não entram nessa conta, mas são gastos para você pensar logo nos primeiros meses da sua empresa.
Portanto, tenha em mente que abrir um negócio não é algo tão simples assim. Esse passo envolve uma série de responsabilidades e custos com os quais você precisa ficar atento. Busque sempre a ajuda de um profissional e diminua as chances de tomar a decisão errada neste momento, evitando assim ônus extras no futuro